A atuação mais madura de João Fonseca
Do começo ao fim, sem oscilar. Nível altíssimo de jogo que derrubou o #20 do mundo, Ugo Humbert, por 6/4 e 6/3 na segunda rodada do Masters 1000 de Miami. Uma atuação, dado todo o contexto (evento, oponente, importância, etc.), que pode ser colocada como a mais madura de João Fonseca até agora – entre suas partidas em nível ATP (não estou incluindo Challengers aqui).
Alguns números importantes ajudam a desenhar este cenário:
Em toda a partida, João perdeu apenas QUATRO pontos em seus games de serviço. É um número digno de Rafa, Roger e Nole em seus melhores dias. O carioca teve 65% de aproveitamento no primeiro saque, o que nem é espetacular (“ótimo” é um adjetivo mais apropriado aqui), mas COMO João sacou é que fez a diferença. Soube variar, não deixou Humbert adquirir ritmo e, quando encaixou o saque aberto no backhand do canhoto francês, teve sempre a quadra aberta para matar ou, pelo menos, tomar a dianteira do ponto.
João cometeu apenas nove erros não forçados neste sábado. Uma diferença enorme para os 31 que somou em Indian Wells, na derrota para Jack Draper. Ou até dos 40 erros contra Tien, dois dias atrás, também em Miami (uma média de 13 por set, o que daria 26 para comparar com as duas parciais de hoje). E mais do que não errar. Fonseca não deu bolas fáceis para Humbert atacar. Quando tentou tomar a dianteira dos pontos, o francês se viu forçado a arriscar e acabou errando mais: 22 falhas não forçadas.
Fonseca nem fez tantos winners assim. Foram apenas 16, um número modesto para os seus padrões. Contra Tien, foram 43 – mais de 14 por set. Por outro lado, o carioca conseguiu manter seu nível alto do começo ao fim, sem abrir sequer uma fresta para que Humbert vislumbrasse uma chance de reação. Sem ceder break points. Sem nem precisar salvar um 0/30. Escolheu bem a hora de agredir. Foi extremamente preciso nesses momentos. Coisa de gente grande.
O “normal” para um tenista de 18 anos, ainda que precoce e já jogando contra os melhores do mundo, seria uma certa oscilação. Algo que a gente vê na maioria dos jogos de João (e repito: tudo bem, gente, sem drama). Que este adolescente consiga uma atuação destas contra um rival desse porte em um evento tão grande mostra o quando João Fonseca segue se provando (muito!) acima da média. Em talento, carisma, inteligência e maturidade.
O “normal” para um tenista de 18 anos, ainda que precoce e já jogando contra os melhores do mundo, seria uma certa oscilação. Algo que a gente vê na maioria dos jogos de João (e repito: tudo bem, gente, sem drama). Que este adolescente consiga uma atuação destas contra um rival desse porte em um evento tão grande mostra o quando João Fonseca segue se provando (muito!) acima da média. Em talento, carisma, inteligência e maturidade.