Cléber Xavier comenta relação com Tite e Neymar em meio à alegria de chegar ao Santos
“Aceitei o convite da grandeza do Santos, pela conversa que tive com o presidente e o Pedro Martins (CEO). Eles me mostraram aquilo que eu entendia como um bom projeto, mesmo com as dificuldades da fase atual. É um clube grande, com bons jogadores. Me sinto orgulhoso e feliz por começar a carreira solo em uma instituição da grandeza do Santos”, afirmou.
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Cléber trabalhou como auxiliar técnico de Tite por 24 anos e decidiu seguir carreira solo em outubro do ano passado. Com 37 anos de carreira, conseguiu no Santos o primeiro trabalho como técnico e tem pela frente o desafio de tirar o clube da zona de rebaixamento do Brasileirão.
Parceria de longa data
Sobre a relação com Tite, o gaúcho garantiu que não há possibilidade de voltar a ser auxiliar e, independente do retorno do ex-parceiro, seguirá na nova carreira de treinador. Sair da sombra de um dos maiores técnicos do país será um dos objetivos, mas Cléber afirma que a comparação é mais do que justa.

“A comparação com o Tite é inevitável. Foram 24 anos de parceria onde aprendi muito. Mas não tem como temer. Espero conquistar, pelo menos, metade dos títulos que levantei com ele. Neste período, aprendi muito, principalmente em gestão de elenco. Se conseguir isso, a comparação com ele vai ser inevitável, e pelo lado positivo”, comentou.
Reencontro com Neymar
No ano passado, quando Neymar começou a tratar lesão que encerrou antecipadamente sua temporada na Arábia Saudita, o novo técnico do clube alvinegro disse que torcia para o jogador cumprir o acordo com o Al-Hilal e voltar a um grande clube europeu. Hoje, Cléber chega ao Santos e poderá contar com Neymar no futuro, algo que não imaginou que pudesse acontecer tão cedo.
“Errei, imaginava uma coisa e aconteceu outra. Quando falei, ele estava em recuperação e eu achava que ele continuaria no Al-Hilal. Ele voltou para o clube que ama, feliz, e os atletas estão felizes. Trabalhamos seis anos e meio com ele, é um ídolo e o melhor jogador do Brasil nos últimos anos”,
Afastado por lesão desde 18 de abril, Neymar não deve ficar disponível para o novo técnico por um tempo. Mas Cléber já aumentou as expectativas para ter o craque em campo e rasgou elogios ao atacante.
“Sempre me perguntam se o Neymar é problema. Nunca. O Neymar nunca foi problema, sempre foi solução, dentro e fora do campo. Coincidentemente, foi o primeiro jogador que encontrei ontem, quando cheguei ao clube e ele disse que está feliz por eu estar com ele e também estou feliz de estar com ele”, declarou.
O que vai mudar?
Na coletiva, o novo treinador contou que já realizou o primeiro treino com a equipe no CT Rei Pelé. Sobre o que pretende aplicar no Peixe, Xavier destacou que gosta de pensar partida a partida. Para ele, não há como se adiantar no planejamento, pois todos os aspectos táticos podem variar de acordo com o adversário.
A torcida santista critica a falta de criatividade nas formações do clube que são, há cinco anos, variações do 4-3-3. O gaúcho foi questionado se já tinha em mente um sistema para o elenco.
“Não é o meu preferido e não é único. O Santos, com os jogadores que tem, pode variar a formação ofensiva com dois pivôs, meia de flutuação, dois atacantes com amplitude, várias formas. O contexto e momento vão ditar o que eu posso fazer no jogo. Ficar preso a um sistema não é o mais utilizado, o que importa é a forma como a gente vai construir. Inclusive durante o jogo com possibilidade de mudança”, explicou.
As táticas de Cléber ainda são pouco conhecidas pelo torcedor, que viu o novo treinador deixar claro um aspecto indiscutível na sua forma de trabalho.
“Inegociável na minha equipe é a forma como os atletas devem se entregar. É inegociável também entender, junto com o jogador, o que a gente pode tirar de melhor dele. Quando eu chego em um clube com o DNA ofensivo que o Santos tem, com grandes jogadores, eu tenho que pensar assim. Mas, repito, é jogo a jogo”, disse o técnico.
