Clubes brasileiros caminham para estourar ‘bolha’ financeira com gastos insustentáveis

Clubes brasileiros caminham para estourar ‘bolha’ financeira com gastos insustentáveis

Clubes brasileiros caminham para estourar ‘bolha’ financeira com gastos insustentáveis

Nos últimos anos, o futebol brasileiro tem experimentado um crescimento acelerado nos investimentos, impulsionado pelo alto patrocínio das casas de apostas (bets) e pela injeção de capital das Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs). Entretanto, esse modelo de expansão financeira pode estar criando uma bolha prestes a estourar, colocando em risco a estabilidade dos clubes.

 

Os altos investimentos também têm provocado uma inflação expressiva nos valores de transações e salários. Na última janela, encerrada na semana passada, mais de R$ 1,5 bilhão foi utilizado na compra de direitos econômicos de jogadores, elevando consideravelmente os custos operacionais dos clubes.

 

— Eu não sei se a gente está perto, mas a gente está evoluindo para isso [estourar a bolha]. Primeiro, a gente ainda está vendo ela crescer. E aí, de novo, são sempre alguns pilares, algumas coisas que levam a isso. É um aumento brutal da receita de marketing, fruto das bets. Isso é muito claro. O salto de receita e publicidade de patrocínio que os clubes tiveram por conta das bets foi brutal — afirmou ao Lance! o economista César Grafietti, sócio da consultoria Convocados.

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O aumento de receitas, ótimo em um primeiro momento, pode virar um problema, levando a um modelo de gestão que não se sustenta a longo prazo.

 

Além do aumento nos valores de patrocínio, a chegada das SAFs ajudou a inflacionar o mercado, que já estava em expansão. Assim, a disputa entre clubes para acompanhar esse crescimento acaba gerando um ciclo vicioso de gastos.

 

— Tem um processo para colocar a casa em ordem. Você tem que reorganizar a dívida, investir em infraestrutura, investir em pessoal, fazer a coisa andar, remontar elenco. Isso é um processo que leva dois, três anos para você falar que está redondinho, pronto para crescer. Mas o que os donos fazem? Enquanto eles estão tentando resolver esses problemas todos, eles já saem gastando para contratar porque precisa logo ganhar alguma coisa. Aquele que não é SAF, ele vai subir o salário junto, vai contratar também, senão fica para trás. E aí você vê todo um inchaço de gastos, seja em contratação, seja em salários, que muitas vezes não tem lastro. Vai virar dívida, vai virar um problema para tudo — projeta o economista.

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