CR7 x Yamal: a prova de que o tempo é, ao mesmo tempo, fundível e renovável
Portugal e Espanha fazem, neste domingo (8), a final da Nations League. O clássico ibérico coloca frente a frente os dois gigantes da Europa, que lutam para se tornar o primeiro bicampeão da competição continental.
Frente a frente pela primeira vez, os astros reluzem: Cristiano Ronaldo e Lamine Yamal. Gerações diferentes, capacidades distintas, o mesmo objetivo: conduzir sua seleção à glória continental. Um ainda está em processo de lapidação, mas já brilha com seu futebol jovem e alegre. O outro, com mais linhas de expressão e mais experiência, mudou a forma de jogar para seguir cintilante. O encontro de Yamal e CR7 é mais uma prova de como o tempo funciona no futebol. E, ao mesmo tempo, não funciona.
Ronaldo, aos 40 anos, é peça praticamente intocável no esquema do treinador Roberto Martínez. Com o número 7 nas costas e a braçadeira de capitão, lidera a Seleção das Quinas não só na parte psicológica, mas também na técnica: foi dele o gol da virada sobre a Alemanha na semifinal, colocando o time na decisão deste domingo.
Lamine, sem sequer ter atingido a maioridade, é um mártir da qualidade. Aos 17 anos, já tem na bagagem uma Eurocopa, uma Copa do Rei e um título de La Liga. Tudo isso sendo protagonista com gols, assistências e dribles que o levam a ser comparado a Lionel Messi, curiosamente eterno rival do português.
A definição do tempo ainda não encontrou um ser que a cravasse. Pode ser a duração de fatos, a maneira de contabilizar momentos, uma grandeza física, uma ligação numérica com o espaço em que vivemos, uma noção de suceder os instantes eternos. Mas quem tem ele ao seu lado, tem tudo.
Cristiano fez do tempo seu melhor amigo: adaptou seu estilo de jogo e pensa mais antes de agir. Yamal tem o tempo como seu trunfo: velocidade, agilidade, correria além do que os adversários mais velhos podem acompanhar, e um sorriso de criança.