Dorival comenta sobre reforços e motivação para assumir o Corinthians: “Prazer estar aqui”
Após o anúncio oficial de Dorival Júnior na última segunda-feira (28), o Corinthians apresentou oficialmente o treinador em uma coletiva de imprensa nesta terça. Dorival falou sobre a satisfação de assumir o comando da equipe.
“É uma satisfação e um prazer estar aqui. É um clube que me acolhe neste momento. Faltava no meu currículo, e podem ter certeza o que estiver ao meu alcance para que tudo aconteça da maneira que desejamos e queremos. Tivemos um contato com o Fabinho. O pequeno desencontro, porque o Corinthians tinha um jogo importante, foi resolvido. Estou feliz de estar aqui. Vou tentar entregar o máximo possível, procurando dar sequência ao trabalho que está sendo desenvolvido”, afirmou Dorival
“Agradeço às equipes que entraram em contato. No primeiro dia, tive a oportunidade, mas precisava de uma parada. Não iria reiniciar o trabalho antes do próximo mês. Para mim foi marcante a saída, os resultados não aconteceram da maneira que gostaria. Eu me interessei pelo que o Fabinho me colocou, tenho muita confiança. Fizemos uma parceria vitoriosa. Espero poder reeditar esse momento. Acreditei muito. Peço até desculpas por não ter aberto negociação com nenhuma delas, acabou acontecendo com o Corinthians, veio do coração”, completou o treinador
O Corinthians vive um momento desde a final do paulistão de ausência de um de seus melhores jogadores do elenco, Rodrigo Garro. Dorival comentou sobre não poder contar com o meia nesse início de trabalho e reforços.
“É um grande jogador e que vinha fazendo a diferença. Difícil a reposição no contexto que vinha sendo seguido. A nossa função é trabalharmos para que possamos encontrar um nome que possa nos aproximarmos daquilo que ele vinha realizando. Estamos ainda iniciando, conhecendo o grupo, a minha preocupação é buscarmos um equilíbrio da nossa equipe, perdido nesses 20 ou 30 dias. É uma equipe que fez ótimos resultados no Campeonato Paulista, mostrando que tem grande capacidade de recuperação”, afirmou Dorival.
“É um prazer estar aqui. Equipe que faltava no meu currículo e de repente sempre foi um objetivo cumprir com todas as equipes, principalmente as paulistas pelo meu nascimento no estado, por ter acompanhado boa parte da história. Nunca chego pedindo contratações, jamais fiz isso nas equipes que dirigi. Tive 14 conquistas e cinco vice-campeonatos, para mim é uma carreira que alcançou muitos objetivos. Peguei sete grandes equipes em zona de rebaixamento, e alcançamos resultados que valeriam mais do que um título pelo momento que viviam. Em razão de tudo isso, eu me sinto preparado para todo e qualquer desafio”, completou o treinador.
Confira outras respostas de Dorival Júnior
Fatores externos no Corinthians
– “Minha preocupação é esportiva, técnica, dentro de campo. Não vou entrar em uma área que me compete. Confio nas pessoas que me contrataram e confiam no meu trabalho. Tive um trabalho vitorioso com o Fabinho em outra equipe (Flamengo). Vou procurar reeditar esse trabalho, procurando entregar os melhores resultados possíveis”
Motivação de assumir o clube
– Projeto que vem sendo desenvolvido. Nunca cheguei em um clube e tenha feito pedidos antecipados à diretoria, pelo contrário. Muito mais provocamos vendas do que aquisições, em todas as equipes. No Corinthians não será diferente, não chego preocupado em possíveis novas contratações. Eles terão oportunidades, vai depender de cada um deles. Quero que o atleta entenda que não tem ninguém que não seja útil desde que tenha vontade, busque nos treinamentos e esteja pedindo oportunidade na equipe. Espero novamente poder fazer esse tipo de trabalho que realizei.”
Prioridade na Copa do Brasil
– “Muito difícil falar em momento como esse em priorizar determinada competição. Não tem como fazê-lo. Foram quatro oportunidades de estar em uma final de Copa do Brasil. Vou trabalhar para que possamos ter mais uma possibilidade. Em momento nenhum vou procurar definir por uma competição ou outra, tem que ser bem trabalhado internamente. É um calendário desumano, temos que contar com apoio de todo o grupo de trabalho, não apenas ter uma equipe pré-definida, que se mantenha jogando em sequência. Temos que ter esse cuidado acima de tudo e buscarmos uma valorização de todo elenco.”
Ajustes pós goleada para o Flamengo
– “Se for avaliar por apenas uma partida, não estaria sendo correto. Temos que verificar no todo o que vem acontecendo. Não existem culpados setoriais ou individuais. É um pequeno desequilíbrio após a conquista de uma competição. Foge até aquilo que busca o seu treinador. É difícil chegar em um processo emocional no limite dele, graças a Deus alcançamos os resultados e na sequência tem uma caída natural. A cada dois dias e meio, o Corinthians estará em campo. Com isso, as dificuldades serão grandes. A mesma equipe que tenha sofrido um revés no início de uma semana pode no fim ter dois resultados diferentes. É esse caminho que acredito.”
Liberdade para trabalhar como precisa?
– “Ter a Fiel torcida a seu favor, que joguei N vezes contra, e para mim foi sempre um diferencial, é um fator que não tenho dúvidas que influenciará de maneira muito positiva. A equipe perdendo por 3 a 0 na última partida, e a torcida apoiando, sem deixar o time ao léu. A maior dificuldade que enfrentávamos como adversários era a participação da torcida, que define partidas e campeonatos, que ajuda até o último instante. Isso que espero encontrar. Turbulências? Acontecem em todos os clubes. Temos que ter um ambiente focado e blindado de tudo o que esteja acontecendo em volta do seu clube. Focarmos no trabalho, na melhoria da equipe, nas correções da equipe, essa é a maior preocupação que nós temos. Terei toda autonomia em razão das pessoas que me contrataram, como me procuro trabalhar com os times que já tive. Confio nas pessoas.”
Sobre o legado de Ramón Díaz:
– “Temos comportamentos importantes deixados pela comissão técnica anterior. Parabenizo e reconheço o trabalho desenvolvido. O momento da equipe talvez apague um pouco, mas não pode ser dessa forma, não podemos avaliar pelo último resultado apenas, mas pelo contexto todo.”
Sobre problemas externos do Corinthians (presidente)
– “Vocês mesmos têm conhecimento que quando um nome é colocado a público para que você possa sentir aquilo que o torcedor pensa, sinta, entenda que seja o melhor para a sua equipe… Também existe aí um primeiro filtro de tudo o que pode acontecer. Quando digo que confio nas pessoas, é por isso, vim para cá por um projeto esportivo, não posso pensar de outra forma que fuja ao meu contexto. Não tenho dados e detalhes. Prefiro ficar dentro de uma lógica do que eu conheço. É o material humano da equipe, o que posso desenvolver e trabalhar, e você fica sempre numa condição de tentar entregar o seu melhor, acreditando que tudo vai ficar dentro de uma normalidade. É isso que me faz acreditar que esse trabalho possa alcançar resultados.”
Tinha sonho de dirigir o Corinthians?
– “Quando você é atleta, pensa nas grandes equipes do futebol brasileiro, é natural que eu sempre pensei em estar em uma grande equipe como o Corinthians. Por três oportunidades eu fui convidado, estava empregado nestes momentos, não poderia fazer aquilo que também não faria com o Corinthians. Fiz com o São Paulo para ir para a seleção brasileira. A única saída que tive foi com o Ceará para ir para o Flamengo, foi a única quebra de contrato que tive. Espero entregar o máximo dentro do período em que aqui estiver.”
Sobre a torcida do Corinthians:
– “Eu só tive o Corinthians como adversário até hoje. Agora vou ter esse bando de loucos a meu favor, um fator que quando eu enfrentava eu sempre me preocupava. Dentro e fora, a Fiel torcida sempre fez diferença. Eu quero provar isso, quero tê-los a meu favor. E fazer o meu melhor para continuar merecendo a confiança deles.”