Erison, ex-Botafogo e São Paulo, fala sobre final da Champions da Ásia: ‘Confiante e tranquilo’
Um rosto bastante conhecido dos torcedores de Botafogo e São Paulo é peça-chave no time que deixou Cristiano Ronaldo pelo caminho e busca neste sábado um inédito título continental. O Kawasaki Frontale, do Japão, decide a Liga dos Campeões da Ásia contra o Al-Ahli, da Arábia Saudita, a partir das 13h30 (de Brasília), confiando nos gols do atacante Erison para levantar a taça pela primeira vez.
Aos 26 anos, o paulista de Cosmópolis chegou ao clube japonês no começo de 2024, comprado do Botafogo. No Kawasaki Frontale, ele acumula 17 gols marcados em 53 partidas. Neste ano, já foram sete gols, sendo quatro pela Champions asiática.
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Antes de se mudar para o Japão, Erison já havia sido emprestado pelo clube carioca ao Estoril, de Portugal, e ao São Paulo. Forte, o atacante ganhou dos torcedores alvinegros o apelido de “El Toro”, e caiu nas graças com gols importantes e muita entrega dentro de campo.
Em entrevista exclusiva ao 365Scores, Erison relembra o começo difícil de carreira, fala sobre o carinho pelo Botafogo e o encontro com Cristiano Ronaldo após a partida da última quarta-feira, quando o Kawasaki eliminou o Al Nasr.
O que esperar desta final contra o Al-Ahli? O Kawasaki tem a chance de ser campeão asiático pela primeira vez. Como está o clima no elenco?
A expectativa é enorme. Sabemos da força do Al-Ahli, é um time com grandes jogadores, mas estamos muito focados. O grupo está confiante, tranquilo, e com muita vontade de fazer história. Estamos trabalhando em silêncio, como sempre, e acreditando que podemos conquistar esse título inédito.
Como foi encarar Cristiano Ronaldo na semifinal? Trocou alguma conversa com ele?
Foi uma experiência incrível. Jogar contra o Cristiano, um dos maiores da história, é algo que vou guardar para sempre. Depois do jogo, nos encontramos na sala do doping e tive a chance de conversar bastante com ele, mais ou menos duas horas. Falamos sobre tudo. Já admirava ele como jogador, e saí dali admirando mais ainda pela humildade e pela pessoa que ele é.
Você teve um começo difícil e até certo ponto tardio no futebol. Foi reprovado em vários testes antes de entrar no XV de Piracicaba. O que lembra daquela época? Chegou a pensar em desistir?
Foram momentos complicados, sim. Fui reprovado algumas vezes e isso mexe com a cabeça. Mas eu sempre tive fé, sempre acreditei que uma hora ia acontecer. Quando surgiu a oportunidade no XV, agarrei com tudo. Houve momentos em que pensei em desistir, dias difíceis, mas que acabei superando com a ajuda de todos que fazem parte da minha vida e carreira.
Qual acha que foi o ponto da virada na sua carreira?
Acho que o empréstimo para o Botafogo foi o momento decisivo. Ali eu tive sequência, confiança do clube e da torcida, e consegui mostrar meu futebol de verdade. Foi ali que muita gente passou a me conhecer melhor.
Como é sua relação com o Botafogo e o torcedor? Tem carinho ainda pela passagem pelo alvinegro?
Tenho um carinho enorme. Foi um clube que me acolheu, que me deu uma grande oportunidade, e vivi momentos especiais ali. Sempre que posso, acompanho os jogos, torço pelos amigos que ficaram. A torcida me trata com muito respeito e carinho até hoje, e isso fica marcado.
O apelido El Toro chegou até o Japão? Ou recebeu algum outro apelido do torcedor do Frontale?
Chegou sim. Alguns torcedores aqui já me chamam de “El Toro”, mesmo falando em japonês. Acho que o apelido combina com meu estilo de jogo, de força e entrega e tem a comemoração também, que eu sempre faço. É muito gratificante ter esse carinho do povo japonês.

Como é a vida em Kawasaki? Foi fácil a adaptação?
A cidade é muito boa, tranquila, organizada. No começo foi um pouco difícil, normal, tudo diferente. Mas o clube me deu muito suporte, os companheiros ajudaram demais. Hoje já me sinto em casa.
Fala algo em japonês? Ou usa intérprete?
Falo o básico ainda, algumas palavras que a gente usa no dia a dia de treino. Mas no geral uso intérprete, até para não correr o risco de entender errado. Estou tentando aprender mais, mas não é fácil. É uma língua bem diferente do que estamos acostumados.