Exclusivo: Mariana Becker fala sobre trajetória no automobilismo e preconceitos na F1
O mês “oficial” da mulher chegou ao fim, mas não há dia específico para celebrar a importância e as conquistas das mulheres jornalistas no meio esportivo. Referência da televisão brasileira, Mariana Becker tem anos de experiência e é o rosto da Fórmula 1 no Brasil, o que não aconteceu de repente. Com exclusividade ao Lance!, a repórter relembra seu primeiro contato com o ambiente “masculino” do automobilismo, além de se abrir sobre a cobrança que enfrentou na F1 e sua preparação.
Mariana Becker trabalha na cobertura da Fórmula 1 há cerca de 17 anos, desde a temporada de 2008, quando assumiu o automobilismo na Rede Globo. Atualmente, a jornalista atua na Band, mas continua como o principal nome da categoria no Brasil. A mudança para uma mulher, no entanto, não foi encarada no início com tanta aceitação como nos dias de hoje.
– Tinha muita gente que gostava e muita gente que estava desconfiada. Principalmente homens. Porque os caras estavam acostumados a ter outro homem contando para eles o que estava acontecendo nos carros. Porque, se você pensar, é um meio naturalmente masculino – disse Mariana Becker sobre a recepção do público da F1, acrescentando:
– Hoje em dia, as coisas mudaram. Mas a minha realidade, quando comecei, o mundo era mais assim. Então, eu acho que deve ter sido difícil, no início, para os caras ouvirem uma mulher num lugar mais importante do automobilismo mundial, contando para eles o que estava acontecendo.
Apesar das críticas, que chegavam à emissora, Mariana garante que a Globo confiou em seu trabalho e a parceria foi mantida. Ela ficou com a empresa até a temporada de 2020, quando o grupo perdeu os direitos de transmissão da F1. Além disso, a jornalista destaca que uma boa preparação foi essencial para a entrega em um novo esporte.
– Eu também estudei para caramba, porque a gente tem que estudar muito. Então, cheguei ainda muito crua, tendo que entender que é um meio em que você… Tão importante quanto você conhecer gente e conhecer como a informação circula naquele ambiente é você entender de técnica. Então, eu também amadureci. Hoje, sou uma repórter totalmente diferente da repórter que entrou – afirmou.