Italo Ferreira: “Sei que lá na frente tem algo bom para mim”

Italo Ferreira: “Sei que lá na frente tem algo bom para mim”


Italo Ferreira: “Sei que lá na frente tem algo muito bom para mim”

Italo Ferreira começou a temporada com tudo. Terceiro em Pipeline, no Havaí, vencedor na piscina de ondas em Abu Dhabi, vice em Portugal. Uma pontuação que, acumulada, o deixou disparado na ponta do ranking do Circuito Mundial de Surfe.

Depois de ainda alcançar as quartas de final em El Salvador, a fase virou para o surfista potiguar. Na Austrália, foram eliminações prematuras nas três etapas. A vantagem na ponta se desfez, e ele acabou ultrapassado pelo sul-africano Jordy Smith.


A chance da reação vem a partir do próximo dia 9, com a oitava etapa da temporada, em Trestles, na Califórnia. Os cinco primeiros do ranking se classificam para o WSL Finals, nas Ilhas Fiji, no fim de agosto. O evento decide o campeão mundial.

Em entrevista ao 365Scores, o campeão mundial de surfe em 2019 e medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 falou sobre o desempenho abaixo do esperado na Austrália, a mudança no circuito para o ano que vem e a importância do cuidado com a saúde mental.

No último domingo, Italo anunciou que será pai pela primeira vez. A namorada Sofia Larocca está grávida

A perna australiana certamente não foi como você esperava. Como avalia seu desempenho nas três etapas?

Foram difíceis para mim. Minha expectativa estava muito alta. Teve uma etapa em que não tive oportunidade por falta de onda, mas nas outras eu elevei meu nível de confiança e acabei errando, e isso me custou resultados. Dei espaço para os outros caras chegarem próximo, mas posso transformar em resultados bons nas próximas etapas

O que espera das etapas que vêm pela frente agora? Gosta de competir em Trestles? Você costuma ter bons resultados lá.

Trestles é uma onda muito boa. Claro que todo mundo surfa bem aquele tipo de onda, mas poucos caras têm a combinação para os dois lados. Numa bateria você acaba tendo vantagem se surfar para os dois lados do mesmo nível.

Nos dois últimos anos lá fui vice, bati na trave, está na hora do Italo vencer essa etapa.

O circuito está muito equilibrado. Apenas o Jordy Smith venceu duas etapas no masculino. Como analisa isso?

Está bem equilibrado. Quem vencer as próximas etapas vai levar vantagem. Meu objetivo é vencer mais uma etapa, e ter mais constância para chegar a Fiji (palco do WSL Finals).

O que achou da mudança no circuito para o ano que vem, com o fim do WSL Finals e Pipeline voltando a fechar o calendário?

Sempre fui a favor da etapa final ser em ondas que te desafiam de fato, que puxam ao máximo do surfista. Trestles estava ficando um pouco batida. Voltar para o modelo antigo é positivo para os atletas.

O maior exemplo foi a Carissa (Moore), que em dois anos seguidos chegou como primeira do ranking e perdeu o título. Pontos corridos motiva mais.

Nos últimos anos vimos muitos surfistas fazendo pausas do circuito para cuidar da saúde mental. Como você cuida da sua? Em algum momento já pensou em dar uma parada?

É difícil falar, todo mundo tem seus altos e baixos, suas inseguranças, suas ansiedades que acabam atrapalhando sua performance. Em diversos momentos isso me atrapalhou. Minha fé e minha base foram minha rocha para seguir no caminho. Pensei que no fim tudo se alinharia, tudo se conserta no fim.

Você planeja, trabalha, mas em algum momento você acaba desviando. É o que está acontecendo agora, em 2019 foi do mesmo jeito. Sei que lá na frente tem algo muito bom para mim. É baixar a ansiedade, segurar o nervosismo e achar o equilíbrio.



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