Pitaco do Guffo: o brilhantismo tático do Botafogo contra o PSG
O Botafogo ficou muito próximo de se classificar para a próxima fase do Mundial de Clubes ao vencer o PSG nesta quinta-feira. O placar magro de 0 a 1 tem peso de goleada, já que o adversário, além de atual campeão da Champions League, vinha de um massacre contra o forte Atlético de Madrid. O Paris ainda é o favorito para vencer o Mundial, mas entrou pra história a vitória e o brilhantismo tático do Botafogo.
O time de Renato Paiva não é aquele brioso alvinegro do século passado, mas veste a mesma camisa e leva a mesma estrela solitária no peito. Há um elo aí que tem peso e volume. E na hora de jogar sério, de entender o contexto de uma partida e claro, também de contar com a sorte que os deuses do futebol entregam aos seus favoritos, o Botafogo de Barboza, Allan e Igor Jesus correspondeu maravilhosamente.
A organização defensiva de um time passa pelos seus meio campistas. A gente tende a olhar pra eles quando estão com a posse, mas é deles a prerrogativa de manter as linhas, de saltar na pressão e de coordenar a altura dos blocos. E a simbiose entre Marlon Freitas, Allan e Gregore, foi monumental. Um ballet de volantes.
Protegendo a chamada “zona 14″, a ideia de um time mais “estreito”, mais emblocado fechando espaços pelo meio, tirou do PSG aquilo que eles sabem aproveitar melhor: a construção através da posse. Os franceses até tiveram mais posse (75% x 25%), mas não tiveram os espaços. A média do PSG é de 18 finalizações e 2.81 gols esperados (xG) por partida. Isso em média, significa que cada finalização do Paris tem 16% de probabilidade de gol. Hoje, essa cifra caiu para 16 finalizações e 0.78 xG, dando uma média de 5% de probabilidade de gol/finalização. É assim que um bloco baixo anula uma equipe muito ofensiva.
Pelo o que tudo parece, Palmeiras deve terminar em primeiro e o Inter Miami em segundo no Grupo A. Sendo assim, se o Botafogo terminar em primeiro do Grupo B, deverá enfrentar o time de Messi e Suárez nas oitavas. Depois da boa vitória contra o Porto, não dá pra achar que vai ser moleza passar pelos norte-americanos.
Agora, a concentração e força mental que o Botafogo mostrou contra o Paris, representa o quanto o grupo está focado na competição. A linha hereditária que vem de Heleno de Freitas, passa por Nilton Santos e Garrincha, dando um pitstop em Túlio Maravilha e Donizete, chega em Igor Jesus e Marlon Freitas com altivez. O brilhantismo tático do Botafogo do século XXI deixou a todos os brasileiros orgulhosos do nosso futebol, assim como a Estrela Solitária já o fez no passado.