Por que os árbitros brasileiros vão bem no Mundial e são criticados no Brasil?
Os árbitros brasileiros Wilton Pereira Sampaio e Ramon Abatti Abel têm sido elogiados pelas atuações no Mundial de Clubes da FIFA. Ambos foram escalados para partidas de peso — incluindo jogos do Real Madrid — e agradaram aos observadores internacionais pela condução técnica, postura e controle emocional. Os bons desempenhos, somados à avaliação da FIFA, colocam a dupla como cotada para apitar a final do torneio, especialmente em caso de ausência de clubes da CONMEBOL na decisão.
Mas por que os mesmos árbitros que se destacam em torneios internacionais enfrentam críticas constantes no futebol brasileiro? A resposta passa por fatores estruturais e de contexto, conforme analisaram os ex-árbitros e comentaristas Carlos Eugênio Simon e Salvio Spinola, ouvidos pelo Lance!.
Para Simon, que já apitou três Copas do Mundo e competições como a Olimpíada e Copa das Confederações, o bom desempenho fora do país está ligado ao preparo e ao ambiente menos hostil que os juízes encontram.
– A arbitragem brasileira é uma arbitragem competente. O que salienta uma comissão dessas é a tranquilidade e o apoio que ela dá pra você. São vários seminários, palestras, encontros… eles te dão toda a tranquilidade pra você exercer a arbitragem na sua plenitude – disse Simon, que também citou a diferença no comportamento dos jogadores:
– O respeito dos jogadores é maior. O público também é mais tranquilo. Os jogadores se preocupam, porque querem jogar todos os jogos. Tem o risco de suspensão, então evitam reclamações. O Ramon Abatti expulsou o zagueiro do Real Madrid no início do jogo. Sem usar o VAR como bengala. No Brasil, o árbitro titubeia porque sabe que o VAR vai intervir. Lá, não. Lá ele teve personalidade, e foi correto – elogiou Simon.
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