Dados indicam que a temporada 2024/25 de Salah é a maior da história da Premier League
Por: Nicky Helfgott
A temporada 2024/25 de Mohamed Salah é uma supernova estatística e, com 29 gols e 18 assistências, ele igualou o recorde histórico de 47 participações em gols em uma única temporada da Premier League, estabelecido por Alan Shearer e Andy Cole.
Mais uma, e ele teria sido o dono absoluto do recorde. Duas assistências a mais, e ele teria igualado o recorde de assistências em uma única temporada, detido por Thierry Henry e Kevin De Bruyne. Esta não é uma campanha comum — é uma arrancada que define um legado.
Ao longo da rica história da Premier League, poucas temporadas rivalizam com a aula magna de Henry em 2002/03: 24 gols, 20 assistências e uma categoria que fazia Highbury parecer uma passarela. Aquela temporada 20/20 — 20 gols e 20 assistências — estabeleceu um parâmetro para o brilhantismo ofensivo, uma marca que apenas Henry alcançou.
A temporada 2024/25 de Mo é melhor que a icônica 2002/03 de Henry? Estamos mergulhando nos números, nas sensações e no contexto. Pegue um café, talvez uma calculadora, e vamos resolver este debate sobre a melhor temporada de todos os tempos da Premier League.

Salah vs. Henry: O Confronto
O Clube 20/20: Uma Mitologia de Dois Homens
O clube 20/20 — 20 gols e 20 assistências em uma única temporada da Premier League — é o equivalente no futebol a escalar o Everest de chinelos. Apenas Thierry Henry conseguiu, em 2002/03, com 24 gols e 20 assistências em 37 jogos. Foi uma temporada de pura arte, com Henry deslizando pelos defensores como se fossem cones, servindo seus companheiros com passes que pareciam poesia e levando o Arsenal a um quase-título. Suas 44 participações em gols (gols + assistências) foram um recorde para uma temporada de 38 jogos, igualado apenas por Erling Haaland em 2022/23 (36 gols, 8 assistências).
Salah, em sua recém-concluída temporada 2024/25, não alcançou o 20/20, mas chegou perto. Com 29 gols e 18 assistências em 38 jogos, ele ficou a duas assistências de se juntar a Henry neste panteão. Suas 47 participações em gols igualaram o recorde histórico de uma única temporada da Premier League, estabelecido por Shearer e Cole, e ele superou o recorde de uma temporada de 38 jogos, que pertencia a Henry e Haaland. O homem não apenas perseguiu a história; ele gravou seu nome ao lado dela.
Mas o contexto é tudo. A temporada 2002/03 de Henry aconteceu em uma era mais “cascuda”, com a Premier League tendo uma média de 2,63 gols por jogo, em comparação com os 2,87 de 2024/25. Os zagueiros podiam dar carrinhos como se estivessem em uma audição para a NFL, e os gramados nem sempre eram tapetes. Salah joga em um futebol mais aberto e de pressão alta, onde os gols fluem mais livremente, mas ele também enfrenta gênios táticos e um contra-ataque implacável. É como comparar um clássico de Scorsese a um blockbuster da Marvel — ambos são épicos, mas os valores de produção mudaram.


Destrinchando os Números: Gols, Assistências e a Glória Nerd
Vamos para o lado nerd e abrir as planilhas. Para determinar se a temporada 2024/25 de Salah supera a de 2002/03 de Henry, vamos comparar as estatísticas brutas, as médias por jogo e fazer o ajuste de acordo com o cenário de gols da liga. Apertem os cintos — é aqui que os fanáticos por estatísticas se dão bem.
Dados Brutos: O Raio-X
Veja como as duas temporadas se comparam:
Jogador & Temporada | Thierry Henry (2002/03) | Mohamed Salah (2024/25) |
Partidas | 37 | 38 |
Gols | 24 | 29 |
Assistências | 20 | 18 |
Gols Por Jogo | 0.649 | 0.763 |
Assistências Por Jogo | 0.541 | 0.474 |
Total de G/A por jogo | 1.189 | 1.237 |
A média de Gols Por Jogo (GPJ) de Salah (0,763) supera com folga a de Henry (0,649), e o total de suas participações em gols por jogo (1,237) ultrapassa o de Henry (1,189). Sua média de Assistências Por Jogo (APJ) (0,474) é menor, mas 18 assistências para um ponta é uma loucura — falaremos mais sobre isso depois. Com 47 participações em gols em 38 jogos, Salah igualou o recorde histórico de Shearer e Cole e superou as 44 de Henry em 37 jogos, igualando a produção com uma partida a mais.
Ajustando pelo Cenário de Gols
A taxa de gols da Premier League saltou 9,1% de 2002/03 (2,63 gols por jogo) para 2024/25 (2,87), então vamos normalizar as estatísticas de Henry para o contexto atual (2,87/2,63 ≈ 1,091):
- Gols Ajustados: 24 * 1,091 ≈ 26,18
- Assistências Ajustadas: 20 * 1,091 ≈ 21,82
- Total de G/A Ajustado: 26,18 + 21,82 ≈ 48,00 em 37 jogos
- G/A Ajustado por Jogo: 48,00 / 37 ≈ 1,297
Agora, compare:
- GPJ: Salah (0,763) > Henry Ajustado (0,707)
- APJ: Salah (0,474) < Henry Ajustado (0,590)
- Total de G/A por Jogo: Salah (1,237) < Henry Ajustado (1,297)
A média por jogo ajustada de Henry ainda supera a de Salah, impulsionada por sua criação de jogadas. Mas as 47 participações em gols de Salah em 38 jogos, igualando o recorde histórico, é algo obsceno, especialmente para um ponta. Sua taxa de gols marcados vence confortavelmente a de Henry ajustada, e as limitações de sua posição dão um peso extra aos seus números.
Perseguindo o Recorde Histórico
As 47 participações em gols de Salah igualaram o recorde histórico de uma única temporada da Premier League, estabelecido por Shearer e Cole (em 1994/95 e 1993/94, respectivamente, com 34 gols e 13 assistências cada em temporadas de 42 jogos). Ele ficou a um passo de quebrar o recorde, mas fazer isso em quatro jogos a menos que Shearer e Cole é uma demonstração de força para a história. Ele também quebrou o recorde para uma temporada de 38 jogos (44, que pertencia a Henry e Haaland) com suas 47 participações.
O recorde de assistências, detido por Henry e De Bruyne com 20, estava à vista. Salah terminou com 18, a duas de igualá-lo. Ele não alcançou o 20/20 nem a marca de assistências de Henry, mas igualar o recorde histórico de participações em gols (G/A) como um ponta é uma conquista monumental.


A Magia da Posição: Ponta vs. Atacante Central
Vamos falar sobre as funções, porque é aqui que a temporada de Salah fica mais interessante. Henry era o atacante central do Arsenal, a ponta da lança, com a expectativa de marcar gols e, ocasionalmente, recuar para armar o jogo. Suas 20 assistências foram um bônus, mas seus 24 gols eram o esperado para um camisa 9. Salah, como ponta-direita do Liverpool, opera em espaços mais apertados, frequentemente cortando para dentro para chutar ou enfiando passes através de defesas congestionadas. Pontas geralmente marcam menos que centroavantes — pense nos 14 gols de Robert Pirès em 2002/03 ou no recorde de carreira de Ryan Giggs, com 13. Os 29 gols de Salah são absurdos para sua posição, e suas 18 assistências rivalizam com os maiores criadores de jogadas da liga.
Para ilustrar, vamos comparar a temporada 2024/25 de Salah com as melhores temporadas de outros pontas de elite:
- Cristiano Ronaldo (2007/08, Man United): 31 gols, 7 assistências (38 G/A em 34 jogos)
- Gareth Bale (2012/13, Tottenham): 21 gols, 4 assistências (25 G/A em 33 jogos)
- Eden Hazard (2018/19, Chelsea): 16 gols, 15 assistências (31 G/A em 37 jogos)
As 47 participações em gols de Salah superam de longe esses números, misturando a capacidade de marcar gols de Ronaldo com a criatividade de Hazard. As 20 assistências de Henry como centroavante foram revolucionárias, mas as 18 de Salah como ponta são indiscutivelmente mais difíceis de se conseguir, dadas as limitações da posição.
Impacto na Equipe: A Conquista do Título por Salah vs. o Quase-Título de Henry
O brilhantismo individual não existe no vácuo — o sucesso da equipe importa. Em 2002/03, o Arsenal marcou 85 gols em 38 jogos, com os 24 de Henry representando 28,2%. Eles terminaram em segundo lugar, dois pontos atrás do Manchester United, um resultado amargo apesar do heroísmo de Henry. O ataque do Arsenal era recheado de estrelas — Sylvain Wiltord (13 gols), Dennis Bergkamp (12), Robert Pires (11) e Freddie Ljungberg (10) — dividindo a responsabilidade.
O Liverpool de 2024/25 marcou 87 gols em 38 jogos, com os 29 de Salah compondo 33,3%, uma fatia maior que a de Henry. Os outros artilheiros do Liverpool — Luis Díaz (12), Cody Gakpo (9), Diogo Jota (6), Darwin Núñez (5) — dependeram fortemente da produção de Salah. Sob o comando de Arne Slot, o Liverpool conquistou o título da Premier League, e Salah foi o motor de seu triunfo. O impacto dele parece mais decisivo que o de Henry, especialmente porque os Reds levantaram o troféu.


A Análise da Vibe: Marra, Estilo e Legado
As estatísticas são a espinha dorsal, mas o coração do futebol está na vibe. Henry em 2002/03 era a própria vibe em pessoa — elegante, marrento, intocável. Ele dava uma caneta em um zagueiro, mandava uma bola de curva de quase 30 metros para o gol e piscava para a câmera como se soubesse que era o protagonista. Sua temporada 20/20 não foi apenas sobre números; foi um momento cultural, abrindo o caminho para os “Invencíveis” do Arsenal. Aqueles comerciais da Nike, aquela campanha “va-va-voom” da Renault — Henry era uma marca global.
A vibe de Salah é diferente, mas eletrizante. Ele é uma máquina implacável, um ponta que marca gols como um centroavante nato e cria como um camisa 10. Aos 32 anos, ele está desafiando o tempo, com atuações de gala como na sua demolição do Tottenham em dezembro, com 2 gols e 2 assistências. Fora de campo, ele é o superastro humilde — devoto, caridoso e adorado pelos torcedores. Enquanto Henry era um rockstar, Salah é um herói do povo, com seu poder de decisão e sua dedicação ganhando destaque na era do TikTok.
O Arsenal de Henry era um prelúdio para a glória, mas ficou pelo caminho em 2002/03. O Liverpool de Salah é campeão, e suas 47 participações em gols foram a faísca. Em termos de legado, a temporada de Salah parece um clímax, enquanto a de Henry foi um alicerce.
Contexto de Carreira: Salah se Aproxima
Os argumentos para Henry ser o GOAT (Melhor de Todos os Tempos) são inquestionáveis: quatro Chuteiras de Ouro, dois títulos da Premier League e 175 gols mais 74 assistências em 258 jogos (0,965 G/A por jogo). Sua temporada de 2002/03 foi o auge de uma carreira que redefiniu o jogo ofensivo. Salah não está muito atrás: 186 gols (quinto na história da liga), 87 assistências em 301 jogos (0,9 G/A por jogo), três Chuteiras de Ouro, um prêmio de Playmaker e dois títulos. Suas estatísticas apenas pelo Liverpool são ainda mais impressionantes e, aos 32 anos, ele continua subindo no ranking.
A cada 90 minutos:
- Henry: 249 G/A em 21.310 minutos = 1,05 G/A a cada 90
- Salah: 273 G/A em 24.658 minutos = 0,99 G/A a cada 90
Henry leva uma pequena vantagem, mas a durabilidade de Salah — nunca menos de 32 jogos por temporada — lhe dá uma vantagem no grande desgaste do futebol moderno.


O Veredito: A Temporada de Salah Leva a Coroa (por enquanto)
Então, a temporada 2024/25 de Salah é melhor que a de 2002/03 de Henry? Os números dizem que sim – por pouco. As 47 participações em gols de Salah em 38 jogos igualaram o recorde histórico e superaram as 44 de Henry em 37, com um GPJ (Gols por Jogo) melhor (0,763 vs. 0,732 do Henry ajustado). Seu total de G/A (Gols/Assistências) por jogo (1,237) fica um pouco abaixo do 1,344 ajustado de Henry, mas sua função como ponta e o impacto na conquista do título lhe dão a vantagem. Igualar as 47 participações de Shearer e Cole com quatro jogos a menos é uma declaração de força, e o título do Liverpool sela o peso de sua temporada.
Mas a temporada 2002/03 de Henry foi uma revolução. Sua temporada 20/20 redefiniu o que um atacante poderia ser, e seu prestígio cultural — aquelas comemorações icônicas, aquela estátua em Highbury — tem um peso imenso. A temporada de Salah é uma obra-prima de execução; a de Henry foi uma obra de arte. O fato de Salah não ter alcançado 20 assistências ou quebrado o recorde de 47 G/A (Gols/Assistências) de forma isolada mantém a temporada 20/20 de Henry como única, mas igualar a marca histórica como um ponta vira o jogo a seu favor.
A temporada 2024/25 de Salah leva a coroa por sua produção bruta e impacto na equipe, mas a arte e o pioneirismo da temporada 20/20 de Henry mantêm o debate vivo. A discussão sobre a melhor temporada de todos os tempos na Premier League ficou ainda mais apimentada, e Salah cimentou seu lugar na história.
Por: Nicky Helfgott – NickyHelfgott1 on X (Twitter)
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