Se o Corinthians perder o Paulistão para o Palmeiras…
Se o Corinthians perder o Paulistão para o Palmeiras…
O iluminado ano de 2012 parecia ter exorcizado de vez o fantasma da Libertadores que tanto assombrou o Corinthians, principalmente depois dos marcantes fracassos em 1999, 2000, 2003 e 2006. Naquela ocasião, o time liderado por Tite protagonizou uma campanha histórica, com um futebol consistente, organização tática impecável e momentos decisivos que jamais serão esquecidos pelos torcedores alvinegros. Os dois gols de Emerson Sheik na final contra o Boca Juniors, no Pacaembu, selaram não apenas a conquista inédita do título continental, mas também o fim de décadas de sofrimento e frustrações.
Os corintianos sentiram, naquele momento, que nunca mais ouviriam dos rivais as já manjadas piadinhas sobre o torneio continental. Afinal, o Corinthians não só havia vencido como fizera isso com autoridade, eliminando gigantes como Vasco e Santos pelo caminho e enfrentando o maior clube da América do Sul, o Boca Juniors, na decisão. Cássio, com suas defesas milagrosas, e outros heróis daquela jornada tornaram-se símbolos eternos na história do clube. Era o início de uma nova era.
No entanto, o desempenho corintiano na Libertadores pós-2012 trouxe novamente à tona velhas feridas. Mesmo contando, em muitas das temporadas, com times muito fortes e competitivos, os resultados deixaram a desejar. O máximo que o Timão conseguiu foi chegar às quartas de final, em 2022, quando foi eliminado pelo Fluminense. Desde então, o retrospecto do clube no torneio continental tem sido irregular, alternando eliminações precoces com participações medianas. Esses números deram motivos de sobra para que os rivais voltassem a pegar no pé do Clube do Parque São Jorge.
A frustração da torcida é compreensível. O Corinthians sempre foi reconhecido por sua paixão e exigência dentro de campo. Para os corintianos, estar na Libertadores significa disputá-la para vencer. Eles não se contentam com participações medíocres ou eliminações nas primeiras fases. Cada derrota reacende aquela sensação de que o fantasma da Libertadores ainda ronda o Parque São Jorge. Isso ficou evidente nos últimos anos, quando os próprios jogadores admitiram sentir o peso da camisa em competições continentais.
Esse cenário faz com que, daqui para frente, o Corinthians volte a encarar a Libertadores em um clima dramático de vida ou morte, como víamos até a conquista de 2012. É como se o passado estivesse retornando para cobrar seu preço. A pressão sobre o elenco e a comissão técnica será cada vez maior, especialmente porque os rivais não perdem a oportunidade de lembrar os tropeços recentes. O São Paulo, por exemplo, costuma destacar seus seis títulos da competição, enquanto Palmeirense e Flamenguistas ironizam a dificuldade do Corinthians em repetir o feito de 2012.
Mas, ao mesmo tempo, essa narrativa de “fantasmas” pode ser revertida. O Corinthians tem uma torcida apaixonada e extremamente fiel, capaz de empurrar o time em momentos decisivos. Além disso, o clube possui uma estrutura consolidada e condições de montar equipes competitivas ano após ano. Talvez o que falte seja justamente aquela mentalidade vencedora que marcou a campanha de 2012, quando o grupo inteiro abraçou o desafio com garra e determinação.
Para retomar o protagonismo na Libertadores, o Corinthians precisará superar seus próprios demônios. Será necessário encontrar novos líderes dentro de campo, capazes de inspirar os colegas e assumir responsabilidades em momentos cruciais. Além disso, a diretoria deve investir em reforços pontuais que elevem o nível do elenco e tragam experiência internacional. Jogadores como Cássio e Renato Augusto, remanescentes do título de 2012, podem desempenhar papéis importantes nesse processo, transmitindo aos mais jovens o DNA vencedor que fez toda a diferença há mais de uma década.
Em resumo, o Corinthians vive um momento de reflexão e ajustes no que diz respeito à Libertadores. O fantasma do passado ainda está presente, mas ele pode ser definitivamente exorcizado com planejamento, trabalho e, acima de tudo, entrega dentro de campo. Afinal, o clube já provou que sabe como vencer a competição. Agora, resta recuperar aquele espírito de luta que transformou a conquista de 2012 em um marco inesquecível na história do futebol brasileiro.
SOBRE A TEMPORADA…
SOBRE A TEMPORADA…