“Vencer menos para ganhar mais”: entenda porque o Athletic Bilbao só contrata jogadores bascos
Com 127 anos de história, o Ahletic Bilbao é um dos clubes mais populares e vitoriosos do futebol espanhol. São oito títulos de La Liga e 24 da Copa do Rei, sendo um dos maiores campeões do torneio, ficando a frente de rivais como Real Madrid e Atlético de Madrid, por exemplo. A equipe também ostenta o rótulo de nunca ter sido rebaixada, feito alcançado apenas por Barça e Real. Todas essas conquistas foram feitas em meio a uma regra única no futebol: a não contratação de estrangeiros.
O Athletic Bilbao recebe o Manchester United nesta terça-feira, pelo jogo de ida das semifinais da Liga Europa – clique aqui para conferir onde assistir à partida.
A decisão de não contratar estrangeiros parte de uma regra criada em 1911, que fez com que o Bilbao inscrevesse apenas jogadores do País Basco em seu elenco. A região, que fica no oeste da Cordilheira dos Pireneus, abrange uma fronteira entre Espanha e França. Neste sentido, o País Basco não é um país independente, com pouco mais de dois milhões de habitantes, mas abrange uma região cultural e histórica que se estende pelos dois países em questão. Por isso, tanta representatividade ao ponto de alcançar o futebol.
Inicialmente, o Athletic Bilbao contou com jogadores da França e Inglaterra em seu elenco. Em 1911 o futebol ficou cada vez mais popular, e a diretoria passou a valorizar a região Biscaia. A decisão tomou proporções ainda maiores durante a ditadura do general Francisco Franco, entre os anos de 1933 a 1975, já que o Athletic virou símbolo do nacionalismo basco.
O clube passou a não contratar jogadores que nasceram fora do País Basco. Raramente o Athletic vai ao mercado em busca de novos atletas, priorizando suas categorias de base. O clube acredita que entende o futebol de maneira única. Daí surge a tradicional frase: “Vencer menos para ganhar mais“, priorizando suas raízes para ganhar em termos culturais, mesmo que perca dentro das quatro linhas.
Brasileiro já jogou no Athletic Bilbao
Apesar de evitar a contratação de jogadores nascidos fora do País Basco, o Athletic Bilbao não é 100% contrário, mas seguindo seus princípios. Um dos casos envolve um brasileiro: o goleiro Vicente Biurrun. Apesar de ter nascido no Brasil, ele se mudou para o País Basco aos quatro anos de idade, ou seja, possui a cultura do país enraizada.
Outro exemplo mais recente envolve a compra do atacante Álvaro Djaló, que nasceu em Madri. Com a regra mais flexível do que antigamente, o Athletic Bilbao contratou o jogador por ele ter se mudado para a região de Biscaia aos três meses, crescendo por lá — assim como foi o caso de Vicente Biurrun. Quando jovem, também atuou por times de Bilbao, como UD San Miguel de Basauri e SD Begoña. Assim, foi considerado apto a defender as cores do clube.
Outros jogadores não nascidos em Bilbao que atuaram pelo Athletic
- Bixente Lizarazu (Saint-Jean-de-Luz, França)
- Fernando Amorebieta (Cantaura, Venezuela)
- Javier Iturriaga (Cidade do México, México)
- Aymeric Laporte (Agen, França)
- Cristian Ganea (Bistrita, Romênia)
País Basco tem seleção não afiliada à Fifa

Apesar de não possuir afiliação oficial com a Fifa por não ser um país independente, o País Basco tem uma seleção que disputa amistosos internacionais mundo afora. De acordo com dados do “OGol”, já foram 64 jogos na história, com 34 vitórias, 14 empates e 16 derrotas. A base da equipe é primordialmente composta por jogadores do Athletic Bilbao.
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